Casa Ardente | The Miami Flu, Ditch Days, Bunny O’Williams | 16 JUN | 22h30 | 6€

A primeira Casa Ardente de Junho traz vários universos musicais ao nosso Salão. Há psicadelismo dos anos 60 e 70 actualizado pela influência das muitas horas passadas a jogar videogames retro com bandas sonoras peculiares trazido pelos The Miami Flu; há longos passeios entre estilos tão afastados como o shoegaze ou o RnB dos Ditch Days e há ainda viagens galácticas desde o rock sonhador ao disco mais cru, da soul verdadeira à pop mais real da Bunny O’Williams.

Todos estes tesouros musicais são completados com a inauguração da exposição “About a Bird” de Isa Figueira.

Podemos não saber ao que vamos mas arriscar vale sempre a pena, não fosse esta uma noite com o carimbo da Produções Incêndio.

15 Junho | 22h30 | 6€ | evento facebook

A bilheteira abre às 22h e os bilhetes podem ser reservados através de reservas@producoesincendio.pt

 

The Miami Flu: A nova banda de Pedro Ledo e Tiago Sales, metade da alma e coração dos Lululemon, que já lançou no mercado dois discos: The Flying Fortress (2012) e Sinharaja (2013), ambos registos instrumentais. Para avançar com a gravação deste novíssimo Too Much Flu Will Kill You, a dupla contou também com Tiago Campos na Bateia, membro dos Twin Chargers e João Vilar nas teclas, que nos Al Fujayrah toca guitarra. Nova banda, novas sonoridades e uma boa novidade: Pedro Ledo, para além de não largar a sua guitarra Surf Green, empresta a sua voz às canções carregadas de ansiolíticos e outras drogas.
Entramos assim em território minado por algum psicadelismo dos anos 60 e 70, género muito apreciado pela banda e que é inevitável referenciar. Mas a coisa não se fica por aqui no que toca a referências. As muitas horas gastas a jogar videogames retro, tais como Earthbound, Sunset Riders, Chrono Trigger, F-Zero, Ristar, Crusader of Centy, Sonic 3, Super Punch Out, Comix Zone ou Streets of Rage II influenciaram o processo criativo com as respetivas bandas sonoras. Esta influência dos videogames confere às canções uma componente pop que nos remete para gloriosos palcos e estúdios dos anos 80 e 90.

Ditch Days: Os Ditch Days são de Lisboa, mas esse é só o ponto de partida para as suas viagens. As canções do álbum de estreia Liquid Springs, perdidas entre o dream-pop, o rock alternativo dos 90’s e o indie levaram-nos até ambientes imaginários, onde a natureza solarenga se funde com cenários urbanos, envolvidos de texturas cinematográficas.Desde 2016, têm materializado um pouco por todo o país esse universo onírico em concertos repletos de ambiências envolventes, melodias indie e vozes viajantes, juntando à música uma vertente visual imersiva, com projecções de “recortes” de filmes e séries antigas. Já em 2018, levaram Liquid Springs na sua primeira tour internacional, visitando várias cidades de Espanha e França.
Agora, está na altura de viajar para outros destinos. Os Ditch Days trazem consigo canções novas e exploram estéticas alternativas, passeando por estilos tão afastados como o shoegaze ou o RnB.“Downtown” é o primeiro single de uma nova fase para a banda lisboeta. Uma canção acelerada que retrata um duelo entre a vontade de mergulhar na azáfama urbana
e a ânsia de ficar em casa, perdido em sonhos. A bateria e baixo apressados unem-se às guitarras e teclados envolventes através da voz de Calcutá (Teresa Castro, de Mighty Sands), que participa enquanto convidada neste novo single. Gravada pelo André Isidro no Frasco, casa que partilha com Basset Hounds e Juba, e produzida pela banda, “Downtown” foi gravada ao longo de quatro sessões de gravação ao vivo, das
quais nasceram mais duas músicas novas.

Bunny O’Williams: A eterna viajante do espaço deu o grande mergulho no mundo de matéria e sacrificou a sua origem cósmica para vos proporcionar uma experiência tridimensional’ é a frase de abertura da sua biografia de artista, e resume bem a vibração de Bunny O’Williams – tão cósmica como divertida, tão entusiasmada como entusiasmante. Bunny, de nome próprio Inês Coelho, começou a trilhar o seu caminho no underground de Lisboa em 2010 como metade da dupla de DJs Twisted Sisters, com a qual espalhou a energia crua do rock and roll um pouco por todo o país e fora de portas. Do circuito Lisboeta seguiram para a noite Nasty Mondays (Barcelona), de lá para o Hell Fest (França) e as viagens continuam, mas o ethôs mantém-se: quebrar barreiras, unir credos e estilos.

A solo movimenta-se pelos recantos mais interessantes do rock sonhador ao disco mais cru, da soul verdadeira à pop mais real. Espalha o seu gospel próprio, que tem tanto de luminoso como de obscuro, em eventos como Bode Respiratório (união de artistas com um interesse comum: A Música) e Happy Trevas – o nome diz tudo. Em 2016 cruzou-se com a Rádio Quântica, onde dá asas às suas fantasias sónicas no programa Macumba Borealis: uma verdadeira cápsula do espaço-tempo que traça uma linha das das sonoridades mais cristalinas, leves e etéreas à distorção, ao peso e à profundidade.