Exposições

Stories From The Surgery por Tom Leamon

Fevereiro de 2019

Em Setembro de 2018, a Casa Independente abriu portas ao pintor Tom Leamon para dar início à sua primeira residência artística. Anteriormente, Leamon criou Old Friends, mural que se encontra na entrada da Casa Independente, e inúmeras novas obras de arte durante os três meses em que esteve no Serviço de Pequena de Cirurgia. Stories From The Surgery exibiu os momentos que Leamon viveu no estúdio, proporcionando aos visitantes uma visita íntima em primeira mão no local onde estas obras foram criadas.

Os visitantes foram convidados a explorar a exposição, passível de ser visitada no primeiro andar da Casa Independente, através de uma instalação interactiva digital criada pelo artista visual Robert Allison. Aquando da exposição, as portas do Estúdio das Pequenas Cirurgias estiveram abertas por uma última vez no ciclo de Tom, dando uma oportunidade única aos convidados de visualizar o estúdio de arte que serviu de contexto para a criação de todas as obras.

Tom Leamon (1981) é um pintor nascido em Londres. As suas criações são um experimentar para a libertação, expressões de liberdade inteiradas num mundo restrito. Os trabalhos de Tom mergulham na psyque humana, com um fascínio pelo ciclo do nascimento, da vida, do crescimento e morte. Há histórias a serem contadas em cada peça, mensagens fracturadas e escondidas que pedem uma imersão total por parte do espectador.

Explorando o simbolismo através das suas inúmeras técnicas, o trabalho de Tom desafia-nos a um nível sentimental e espiritual. Tom reside entre Londres e Portugal, trabalhando de forma regular na residência artística The Beekeepers (Portugal), que o próprio iniciou em 2014.

Natureza Viva, Morta por Cláudia Guerreiro

Novembro de 2018

Natureza viva, morta…  reuniu ilustrações feitas para cartazes da Casa Independente, entre 2016 e 2017.

Todas de carácter naturalista, onde a prática da ilustração científica não tem lugar senão na maneira de olhar para as coisas, formam um conjunto em que apenas as suas qualidades formais interessam, tendo o universo imagético da Casa como ponto de partida.

Uma nova peça de desenho esteve igualmente exposta, onde se explora o desenho de campo como obra finalizada, mas onde o suporte é o protagonista, pervertendo a natureza viva, tornando-a morta.

Cláudia Guerreiro nasceu em Lisboa em 1980.
Forma-se em escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa em 2004, depois de frequentar 4 anos do curso de desenho da S.N.B.A., e conclui o mestrado de ilustração científica em 2012.
Desde 2005 que trabalha em projectos de cinema de animação, na construção de marionetas,cenários e adereços, para realizadores como José Miguel Ribeiro e Nuno Beato.
Colaborou com a Casa Independente na execução dos cartazes mensais entre 2014 e 2017, com a Galeria Zé dos Bois e ilustrou concertos de Filho da Mãe.
O seu percurso enquanto ilustradora tem sido desenvolvido num âmbito pessoal e editorial, trabalhando com algumas marcas e tendo publicações em alguns livros.
Numa estreita relação com a música, conta com algumas publicações em discos de Filho da Mãe,Márcia, Linda Martini e PAUS.
É baixista de Linda Martini.

NOT AN ISLAND por Gwendolyn Van Der Velden

Maio de 2018

Esta mostra de pintura resultou da residência artística de Gwendolyn Van Der Velden na Casa Independente durante os primeiros seis meses de 2015. Depois de ter saído do seu antigo estúdio, a Casa Independente disponibilizou o seu Andar de Cima para que Gwendolyn pudesse trabalhar. A residência deu origem a vários projectos, incluindo uma actividade com crianças no bairro do Intendente, retratos e pinturas a óleo de várias escalas que partiam da vista que o atelier tinha sobre os pátios interiores dos prédios vizinhos.

Daqui surge o sujeito mais trabalhado nesta mostra: os eucaliptos. Partindo do vermelho, o amarelo e o azul registou como se iluminam estas árvores e deu-lhes formas, mostrando os pátios que à primeira vista pareciam abandonados e alienígenas, como uma plataforma de estudo da cor, um espaço esquecido pelos olhos mas não pela luz.

Um olhar para estes espaços mágicos, estes jardins secretos que não são utilizados ou que não pertencem a ninguém – excepto a gatos, pássaros e insectos – são também a outra faceta dos muitos edifícios que têm vindo a ser mumificados, com uma cara nova e bela, mas vazios e abandonados no interior, abrindo novos espaços verdes espontâneos e improvisados onde novas árvores e plantas vão ocupando terrenos outrora desocupados e estéreis. A outra gentrificação.

Foi esta natureza que fascinou Gwendolyn, um prisma privado, onde o privilégio é o de observar como avança a natureza sem noção da propriedade

Gwendolyn Van Der Velden é uma artista holandesa que vive e trabalha em Lisboa. Licenciada pela Academia Voor Beeldende Vorming, e com pós graduação pelos De Ateliers, em Amesterdão. Duas bolsas da BKVB/Mondrian (The Netherlands Foundation for Visual Arts, Design and Architecture) deram-lhe a oportunidade de desenvolver o seu trabalho, de experimentar várias abordagens e meios, de viajar e de expor.

Algumas exposições: Room Gallery, Holanda 2002; Raid Projects, California 2002/2004; Vera Cortês “Cacto/in a Rear Room”, 2009; Intervençao no The Lisbonnaire Hotel para o Experimenta Design Lisboa 2010; Old School no Espaço do Teatro Praga 2011; Residência de artistas da ZDB “Jaz aqui, na pequena praia extrema” 2013; Espaço Arte Tranquilidade, “Van hier naar dar/From here to there” 2014; edição de artista “Rood, Geel, Blauw, De experiment tafel/A mesa das experiências”, uma conversa com Pedro Faro, no Atelier Real 2015; “Uma prática necessária”, colaboração com Antonia Gaeta, 2015; intervenção site specific na Casa Independente, “What separates us, brings us together”, 2016; performance “Meet me in the middle” com o músico Quim Albergaria, Festival Trampolim Gerador e Festival Aleste, 2017.