Esta mostra de pintura resulta da residência artística de Gwendolyn Van Der Velden na Casa Independente durante os primeiros seis meses de 2015. Depois de ter saído do seu antigo estúdio, a Casa Independente disponibilizou o seu Andar de Cima para que Gwendolyn pudesse trabalhar. A residência deu origem a vários projectos, incluindo uma actividade com crianças no bairro do Intendente, retratos e pinturas a óleo de várias escalas que partiam da vista que o atelier tinha sobre os pátios interiores dos prédios vizinhos.
Daqui surge o sujeito mais trabalhado nesta mostra: os eucaliptos. Partindo do vermelho, o amarelo e o azul registou como se iluminam estas árvores e deu-lhes formas, mostrando os pátios que à primeira vista pareciam abandonados e alienígenas, como uma plataforma de estudo da cor, um espaço esquecido pelos olhos mas não pela luz.
Um olhar para estes espaços mágicos, estes jardins secretos que não são utilizados ou que não pertencem a ninguém – excepto a gatos, pássaros e insectos – são também a outra faceta dos muitos edifícios que têm vindo a ser mumificados, com uma cara nova e bela, mas vazios e abandonados no interior, abrindo novos espaços verdes espontâneos e improvisados onde novas árvores e plantas vão ocupando terrenos outrora desocupados e estéreis. A outra gentrificação.
É esta natureza que fascina Gwendolyn, um prisma privado, onde o privilégio é o de observar como avança a natureza sem noção da propriedade
BIO
Gwendolyn Van Der Velden é uma artista holandesa que vive e trabalha em Lisboa. Licenciada pela Academia Voor Beeldende Vorming, e com pós graduação pelos De Ateliers, em Amesterdão. Duas bolsas da BKVB/Mondrian (The Netherlands Foundation for Visual Arts, Design and Architecture) deram-lhe a oportunidade de desenvolver o seu trabalho, de experimentar várias abordagens e meios, de viajar e de expor.
Algumas exposições: Room Gallery, Holanda 2002; Raid Projects, California 2002/2004; Vera Cortês “Cacto/in a Rear Room”, 2009; Intervençao no The Lisbonnaire Hotel para o Experimenta Design Lisboa 2010; Old School no Espaço do Teatro Praga 2011; Residência de artistias da ZDB “Jaz aqui, na pequena praia extrema” 2013; Espaço Arte Tranquilidade, “Van hier naar dar/From here to there” 2014; edição de artista “Rood, Geel, Blauw, De experiment tafel/A mesa das experiências”, uma conversa com Pedro Faro, no Atelier Real 2015; “Uma prática necessária”, colaboração com Antonia Gaeta, 2015; intervenção site specific na Casa Independente, “What separates us, brings us together”, 2016; performance “Meet me in the middle” com o músico Quim Albergaria, Festival Trampolim Gerador e Festival Aleste, 2017.
24 MAIO | 17H | Andar de Cima | ENTRADA LIVRE